Hard e Soft Skills: competências mais valorizadas no mercado tech

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O mercado tecnológico continua a crescer a um ritmo acelerado, e com esse crescimento aumenta também a exigência por profissionais altamente preparados. Já não basta dominar ferramentas ou linguagens de programação. Para se destacarem junto dos recrutadores, os profissionais precisam também de competências comportamentais e de uma mentalidade orientada para a aprendizagem contínua.

Neste artigo, traçamos um retrato atual das hard e soft skills mais procuradas pelas empresas de tecnologia, com base em dados do sector, tendências e experiência dos nossos formadores.

Hard skills: competências técnicas essenciais no mercado tecnológico

Adquirimos as hard skills através da formação ou experiência prática. São habitualmente mensuráveis e objetivas, funcionando como o primeiro critério de triagem em qualquer processo de recrutamento, sobretudo no setor tecnológico, onde as exigências técnicas são elevadas e em constante mutação.

Contudo, a escassez de competências em Tecnologias de Informação está a tornar-se uma preocupação global crescente, com previsões da IDC (International Data Corporation) a indicarem que, até 2026, mais de 90% das organizações serão afetadas por esta crise, com perdas que poderão atingir os 5,5 mil milhões de dólares.

Este cenário torna urgente o reforço do know-how técnico nas áreas mais estratégicas para a transformação digital. Segundo o relatório Enterprise Resilience: IT Skilling Strategies, 2024, da IDC, as competências mais procuradas são:

  • Habilitações em Inteligência Artificial (IA)

As bases da IA assentam em linguagens de programação como Python, amplamente utilizado em machine learning e análise de dados, e JavaScript/TypeScript, cruciais no desenvolvimento de aplicações web e mobile. A combinação destas competências é particularmente valorizada em perfis full stack. Saber trabalhar com algoritmos de aprendizagem automática é essencial para criar sistemas capazes de detetar padrões, prever comportamentos e automatizar decisões.

  • Competências para Operações de TI

As operações de TI asseguram o funcionamento estável e seguro das infraestruturas tecnológicas de uma organização. As aptidões essenciais incluem a administração de sistemas, gestão de redes e servidores, conhecimentos de cloud computing, automação com scripts e cibersegurança operacional. São fundamentais para garantir a continuidade dos serviços, a proteção dos dados e a capacidade de escalar recursos de forma eficiente.

  • Desenvolvimento de Software e Arquitetura de Sistemas na Cloud

O desenvolvimento de software requer o domínio de linguagens de programação e utilização de frameworks. A arquitetura na cloud exige ainda princípios de escalabilidade, segurança e performance.

  • Gestão e armazenamento de dados

A literacia de dados é cada vez mais transversal. Mesmo fora do universo dos data scientists, saber extrair insights, usar SQL, Power BI ou ferramentas de análise estatística tornou-se essencial. E para quem investe em inteligência artificial, competências em modelos preditivos e deep learning são altamente valorizadas.

Estas áreas são cruciais para a competitividade das empresas num cenário tecnológico em rápida evolução, tornando essencial a aposta contínua na formação, upskilling e reskilling das equipas técnicas.

Soft skills: o fator humano por trás da tecnologia

Por outro lado, as soft skills tornaram-se essenciais para o sucesso de qualquer profissional de tecnologia. Os recrutadores valorizam estas competências, pois elas asseguram que os colaboradores saibam trabalhar em equipa, gerir eficazmente as suas tarefas e comunicar de forma clara e assertiva.

  • Competências interpessoais

Referem-se à capacidade de interagir eficazmente com outras pessoas, em contextos pessoais ou profissionais. Incluem, por exemplo, a escuta ativa, a empatia e a capacidade de resolução de conflitos. Estas aptidões ajudam os colaboradores a construir boas relações com colegas, clientes e parceiros, promovendo um ambiente de trabalho mais colaborativo e produtivo.

  • Competências de comunicação

A comunicação eficaz é essencial em todos os sectores e níveis organizacionais. Permite partilhar informações com clareza, colaborar com equipas e criar relações de confiança com clientes e colegas.

  • Pensamento crítico

No relatório do Fórum Económico Mundial (2020), o pensamento crítico e a resolução de problemas figuram entre as competências que mais vão crescer em relevância nos próximos anos, e estão no topo desde 2016. Hoje, mais do que nunca, as empresas procuram profissionais capazes de analisar situações complexas e tomar decisões lógicas e fundamentadas, em vez de se basearem apenas na intuição.

  •  Gestão do tempo

A gestão do tempo envolve a capacidade de organizar o próprio tempo, estabelecer prioridades e manter a produtividade. Inclui definir metas, delegar tarefas e evitar a procrastinação. Colaboradores com boas competências de gestão do tempo tendem a reduzir o stress, manter o equilíbrio entre vida pessoal e profissional e a evitar o burnout.

  • Trabalho em equipa

O trabalho em equipa diz respeito à capacidade de colaborar com outras pessoas para alcançar um objetivo comum. Envolve competências como comunicação, resolução de problemas e gestão de conflitos.

  • Criatividade

Segundo a Forbes, num mundo cada vez mais automatizado, a criatividade humana será um dos fatores diferenciadores. As máquinas podem analisar dados, mas ainda não conseguem replicar a capacidade humana de imaginar, inovar e criar soluções novas. Com a rápida evolução da tecnologia, as empresas precisam de novas formas de pensar e os profissionais criativos tornam-se um ativo estratégico.

  • Mentalidade de crescimento (growth mindset)

Conceito desenvolvido pela professora Carol Dweck, de Stanford, a mentalidade de crescimento descreve pessoas que acreditam que os seus talentos podem ser desenvolvidos através do esforço, da aprendizagem e do feedback. Empresas com culturas orientadas para o crescimento reportam colaboradores mais motivados, inovadores e leais, enquanto organizações com mentalidade fixa enfrentam mais frequentemente comportamentos tóxicos e resistência à mudança.

Na TechOf, trabalhamos para que os nossos alunos saiam preparados não só com uma base sólida em tecnologia, mas também com as ferramentas mentais e sociais para navegar um mercado em constante transformação.

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